segunda-feira, 27 de maio de 2013



Equidistância

Socorro acordou bem cedo pra caminhar, escolheu uma das ruas próximas á sua casa; a cada pessoa que cumprimentava, ganhava uma fruta; parou um instante, metade do caminho, pensou em comer, mas qual primeiro?

Resolveu então deixar a mais saborosa por último; enfim comeu todas, acompanhando seus passos lentos, mas a primeira tinha um sabor especial, a última que julgava mais gostosa não tinha o mesmo sabor como das outras vezes. Ao fim da rua e do pensamento, sentiu que tudo é possível, só depende da ordem...

Pra mim os destinos se equivalem!

                                                                 Cintya Thaís.

domingo, 26 de maio de 2013

Benevides encontrou no ninho de sua irmã uma asa postiça que foi trocada por uma apresentação que fez aos sábados a noite, durante um mês; junto com ele 2g de alpiste. Bené era considerado criança; entre os pássaros só existem duas fases: Preparado ou não para voar; nunca existiu regras, por quê era relativo o voo, e sua educação de boa qualidade. Talvez se comparasse Bené com algumas pessoas da minha sociedade, elas morreriam antes mesmo de serem crianças com o ele...
Refletiu sobre a asa, o quanto era bonita, simples por isso bonita; imaginou as sensações de voar, tirar os pezinho do chão, mas sentiu que faltava algo, e esse algo era o espaço que havia entre está ou não preparado; o voo era responsabilidade dele, os pássaros são objetivos em tudo que fazem. Mas não bastava ter asa e os objetivos, era preciso utilidade; e assim fez da asa um utensílio, por isso nunca fez voos cegos.

Os pássaros sim sabem o que fazem! 

                                                                                     Cintya Thaís. 26/05/13

sábado, 25 de maio de 2013



Na beira do rio
Onde o luar reinava
Nunca se viu
Sapo que caminhava

Noite vinte cinco
Em plena lua cheia
Ema perde seu brinco
Por sair correndo da ceia

Amé na longa estrada
Encontrou algo brilhante
Ema volta assustada
Se encontraram nesse instante

Culpido desgraçado
Mexeu em seus destinos
Tristes mas engraçados
Ouvindo seus próprios sinos

Ema não se sentia princesa
Amé já não era mais sapo
Fizeram da noite uma mesa
E suas bocas guardanapo

Tudo aconteceu em passo lento
Aos poucos sumindo da rua
Seu cabelo seguindo o vento
Ouvindo Amé, deixando-a nua

Do suor se dissipou
Olhar, pescoço e vaidade
Amé se apaixonou
Ema amou. Honestidade!

Amé preso a aventura
Ema livre de si
Nossa razão e emoção
Indiretos mostrei aqui.

                             Cintya Thaís.  24/05/13

domingo, 19 de maio de 2013



Lebasi

Isabel tem uma buchinha de papel na parte que corresponde as lembranças, e descobriu que não adianta molhar. Evitou uns dias ouvir histórias de sua avó nas noites de chuva, enquanto comia suas cinco bolachas contadas; nessa noite sua avó errou no cálculo, e uns comeram sete, outros três; seria melhor errar na contagem do que na educação de sua neta, que não compareceu.

Isabel ainda criança adquiriu o hábito de pensar, captando desde palavras a focos de luz, que olhava fixamente, disputando piscadas de olhos e perdendo sempre; logo cedo organizou seu material, caso fizesse sol ou chuva. Produzia seus cadernos, de modo a escrever com as duas mãos; quando pequena lhe ensinaram a escrever com a mão direita, mesmo sendo canhota; sem perder tempo viu outra possibilidade de se divertir. Mesmo sendo limitada ao espaço, inverteu sua criatividade e se fechou em pensamentos, com o tempo foi deixando de lado os amiguinhos de sua idade. Aos 15 anos, sentiu que as crianças havia lhe abandonado, pois não ouvia mais vozes infantis; quando olhando pra uma folha caindo e afundando em uma poça d’água, entendeu que se adaptou a sua própria voz no pensamento, e que ela não era mais uma criança. Correu pra casa de sua avó, sem perceber traçou o mesmo caminho, só que agora com sinal negativo, buscando a chuva e o tempo que não sabia se julgava perdido ou não.

                                                                                  Cintya Thaís-19/05/13-

sábado, 18 de maio de 2013




Balança


            

Quem quer alcança

Quem quer não cansa       

Pois quando a dança

Enche-te de esperança

A vida é mais que existir.



Conheço quem pensa em dança, lembrando-se de par. Conheço quem dança de olhos fechados. Conheço quem conduz muita dança, mas no meu simples passo falhou. O existir contido na vida, me ensinou a criar meus próprios passos no encaixar de pés, no tropeçar de calcanhares. No olhar, o ritmo dos próprios passos, e na evolução de sorrisos marcados por batom vermelho. O espelho me convenceu que o ensaio era suficiente, e que se algo saísse diferente, não faria vergonha.

Agora vai lá e dança criança!
                                                                         Cintya Thaís.