sábado, 14 de setembro de 2013



                                                              Carta ao vento



Caro vento,


Todos os dias nos vemos, e sua presença é sentível, nos encontramos das 9:00 ás 14:00, talvez não perceba sempre tão rápido, mas da última vez que conversamos estava um pouco sem graça e vazia; confesso, sempre que chega assobiando, me rendo ao seu balanço; sinto por ter que lhe escrever não é falta de coragem e sim tempo, a noite seria a hora adequado para juntos olharmos estrelas; peço-te desculpas pelo nosso último encontro, me pegou desprevenida e de meias furadas, vamos marcar da próxima vez, certo?

                                                          Um abraço apertado e laçado, varal.

                                                                                                    
                                                                                                      Cintya Thaís

domingo, 28 de julho de 2013



Ás 14h21min do dia 21/08 daquele mesmo ano, um envelope amarelo aguça o ambiente da casa nude de placa 16 da rua Dinápoles. Maurício P. aparece do lado esquerdo da rua, envolvido em suas pisadas e no quanto somos inconstantes, nesse ponto ele sorriu. Ao entrar  lembrou mais uma vez de escolher o pé; quando criança decidia com qual pé entrar primeiro, e se sentia orgulhoso por já saber negociar...

Foi logo de encontro a carta, que determinou o estado da casa com sua cor forte, fazendo-a  entregar os pontos e admitir cansaço;  talvez de reunir tantos pensamentos falados desordenadamente . (E se fosse outra cor?)

Maurício P. cego do dia a dia não estranhou quando leu: SEJA VOCÊ!

Sorriu e falou, antes eu que outra pessoa, e imaginou ser outra pessoa; imaginou qualidades, suas próprias qualidades. Será que as outras pessoas reconhecem suas próprias qualidades?

Nesse ponto já estava desconcertado, acabara de iluminar-se, e como o mestre diz: “Conhecer não basta há de se tornar”.

Tornou-se ele mesmo!

                                                              Cintya Thaís.

terça-feira, 25 de junho de 2013



Se de cada plano ganhasse um sol, aqueceria a solidão, já que tristeza é só coisa da minha cabeça, dizia Virgínia a si mesma, mandando a nuvem negra embora sem magoá-la; Virgínia se adaptou a ouvir adeus, mas nunca disse:
Dizer adeus é só pra não confundir a mente, entre o que sentimos e queremos; mas todos esses truques inconscientes ela conhecia, e se um dia fosse um adeus, não diria...
Dizer ou calar o adeus não faz diferença. Não, é não!


           Dia 20

Aqui,  me encontrou corada
Disfarçou inocente o sorriso feliz
Ofereci nos olhos morada
Não percebeu  meu pequeno aprendiz

Vem! Ainda como amigo
Não repare o que digo e faço
Agora eu que peço abrigo
Na garganta já fiz um laço

Me perdi no que diz e no que vejo
Meu sentir, teu viver esquecido.
Me confunde o sentido e o desejo
Entendo por está aborrecido

Sempre me pediu compreensão
Te julgava imaturo
Me julgou por viver na razão
Na emoção nos vi no futuro

Hoje lembro o que dizia
Impossível engolir a verdade
Passei escondendo o que sentia
Que hoje luto pela sua amizade.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O Sorriso de Sophia

Sorria, Sophia!!
Sophia nunca sorria!
Sophia apenas sofria.
Sophia sofria de uma dor que latejava e doía.
Calada ela sofria com o passar do dia e da noite fria.
Sophia gemia, gemia e sentia uma dor que nunca se ia.
Sophia nunca fugia da sua dor que tanto incomodava e doía.
O que se sabe sem demagogia
É que ela apenas sofria.
Sofria, gemia, pedia a Ave Maria
Pelo abandono da dor que nunca se via
Não se via mas que muito doía.
Como ajudar Sophia?
Ajuda ela não queria.
Era ignorante e arredia
Preferia a dor que lhe ardia.
Como ajudar Sophia que ajuda não queria?
Saber ninguém sabia.

Mas todo santo dia o que se ouvia era a mesma latumia,
Apenas Sophia que calada gemia com a sua dor que doía.

       
                                                                           Diassis Freitas. 02/06/13.

segunda-feira, 27 de maio de 2013



Equidistância

Socorro acordou bem cedo pra caminhar, escolheu uma das ruas próximas á sua casa; a cada pessoa que cumprimentava, ganhava uma fruta; parou um instante, metade do caminho, pensou em comer, mas qual primeiro?

Resolveu então deixar a mais saborosa por último; enfim comeu todas, acompanhando seus passos lentos, mas a primeira tinha um sabor especial, a última que julgava mais gostosa não tinha o mesmo sabor como das outras vezes. Ao fim da rua e do pensamento, sentiu que tudo é possível, só depende da ordem...

Pra mim os destinos se equivalem!

                                                                 Cintya Thaís.